Abel & Caim
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Recordando Minha Terra

Abel & Caim

Coleção Luar do Sertão: Abel e Caim


Casa velha abandonada
TĂŁo triste na solidĂŁo
Com as paredes tombadas
Telhas quebradas no chĂŁo

Coberta de pĂł e folhas
Ficou assim ao relento
Vai-se aos poucos demolindo
Com o vendaval do tempo

falado:
("Esta milonga me mata de saudade
do meu Rio Grande do Sul, minha chinoca!")

Curralama destruĂ­da
Em mourÔes de aroeira
NĂŁo tem mais a sombra amiga
Eaquela grande figueira

Onde outrora eu brincava
Em meus sonhos de criança
Quando nem se quer pensava
Nesta tristonha mudança

falado:
("A saudade do meu pago
estĂĄ martelando um lugar bom do meu peito!")

LĂĄ na bica o monjolinho
NĂŁo bate mais o pilĂŁo
Fugiram os passarinhos
Que pousavam no galpĂŁo

Acabou toda a beleza
Dessa fazenda encantada
SĂł ficando a tristeza
E vestĂ­gios de boiada

falado:
("O espelho da saudade eu vejo a todo o momento
Meu querido rincĂŁo gaĂșcho!")

O roseiral da varanda
De tristeza jĂĄ secou
As cantigas de ciranda
Ninguém mais ali dançou

Minha quinta de fruteira
JĂĄ nĂŁo tem mais passarada
Que em auroras fagueiras
Alegrava a peonada

falado:
("Adeus Rio Grande querido, até um dia se Deus quiser!")

Hoje vivo na cidade
Longe daquela morada
Comovido de saudade
Da festiva criançada

Que dos campos arejantes
Como pastagem reflorida
Aqui reclamo distante
Adeus, oh! terra querida

(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)

Compositores: Manoel Bruno Linhares (Bruno Linhares), Elpidio Medeiros
ECAD: Obra #3603605 Fonograma #852258

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