De já hoje quando estava no meu rancho Me chamaram, me pediram que voltasse E dos rumos donde vim eu fiz retorno Na esperança de que a vida melhorasse Juntei pilchas pelos cantos, e fiz canto Pois cantando quando vim cruzei caminhos Nesta volta os meus sonhos de distância Trazem ânsias de rever o velho ninho
(Quando vinha pela estrada, de já hoje Lá no passo esporeei o meu picaço E na ânsia de chegar, saí cantando Nunca mais eu voltarei pra donde vim)
De já hoje quando vinha pela estrada Regressando pro rincão onde nasci Dentro d'alma galopeava uma saudade E a vontade de encontrar o que perdi Labaredas de algum fogo galponeiro Vozes rudes de campeiros como eu Mãos amigas me alcançando mais um mate Realidades que a cidade não me deu
(Quando vinha pela estrada, de já hoje Lá no passo esporeei o meu picaço E na ânsia de chegar, saí cantando Nunca mais eu voltarei pra donde vim)
De já hoje quando ao tranco fui chegando Na porteira que eu abria quando piá Vi gaúchos que me olharam de soslaio Nem ao menos "buenos dia" hoje se dá Não vi pasto no potreiro rebolcado Nem caseiro pra gritar "passe pra diante" Não vi erva pro gaúcho tomar mate Nem um resto de churrasco pro andante
(Quando vinha pela estrada, de já hoje Lá no passo sofrenei o meu picaço E esta bruta realidade mata anseios Que eu sentia nos lugares donde vim)
De já hoje, quando vinha pela estrada Retornando do rincão onde nasci Esporeei o meu picaço, e num laçaço Fui deixando para trás tudo que vi Quero andar, andar e andar pelas estradas E avisar quem vem de longe a regressar Que a mentira vem tropeando mil promessas Que a verdade já cansou de cabrestear
Compositor: Adair Rubim de Freitas (Adair de Freitas) ECAD: Obra #1663877 Fonograma #265998