Quando a esperança vai mermando aos poucos A alma cansada vai perdendo a fé O homem se perde por estradas longas Na louca procura de saber quem é
A terra santa que paria o trigo Já não é mais sua, e este homem só É um trapo humano de ilusões perdidas A changuear a vida pelos cafundós
Um homem sem pão Para dar a seus filhos É fera ferida De tudo é capaz É um céu sem estrelas Um rio que secou Tem sangue nos olhos E a alma sem paz As mãos deste homem Cobertas de calos São feitas pra terra Só sabem plantar O arado, a enxada São estas suas armas As mãos deste homem Não sabem roubar
A fome germina sementes de ódio Maldades, rancores, tristeza e pavor E ri debochada dos pobres poetas De versos comprados que falam de amor
Um homem logrado por falsas promessas É um bicho assustado temendo a matança Mas dentro de si, só quer na verdade Que enfim lhe devolvam a fé e a esperança
Um homem sem pão Para dar a seus filhos É fera ferida De tudo é capaz É um céu sem estrelas Um rio que secou Tem sangue nos olhos E a alma sem paz As mãos deste homem Cobertas de calos São feitas pra terra Só sabem plantar O arado, a enxada São estas suas armas As mãos deste homem Não sabem roubar
Compositor: Adair Rubim de Freitas (Adair de Freitas) ECAD: Obra #1941447 Fonograma #1609042