O amor que eu te tenho é um afeto tão novo Que não deveria se chamar amor De tão irreconhecível, tão desconhecido Que não deveria se chamar amor
Poderia se chamar nuvem Pois muda de formato a cada instante Poderia se chamar tempo Porque parece um filme que nunca assisti antes
Poderia se chamar labirinto Pois sinto que não conseguirei escapulir Poderia se chamar aurora Pois vejo um novo dia que está por vir
Poderia se chamar abismo Pois é certo que ele não tem fim Poderia se chamar horizonte Que parece linha reta, mas sei que não é assim
Poderia se chamar primeiro beijo Porque não lembro mais do meu passado Poderia se chamar último adeus Que meu antigo futuro foi abandonado
Poderia se chamar universo Porque nunca o entenderei por inteiro Poderia se chamar palavra louca Que na verdade quer dizer aventureiro
Poderia se chamar silêncio Porque minha dor é calada e meu desejo é mudo E poderia simplesmente não se chamar Para não significar nada e dar sentido a tudo
Compositor: Paulo Correa de Araujo ECAD: Obra #240296 Fonograma #441142