Estou cansado de sentir saudades Esta cidade grande vou deixar Já insisti viver aqui não consegui Não acho jeito de me acostumar Volto pra Terra que deixei um dia Onde a poesia traz o céu no chão Cantar de novo com a viola no peito Pois esse é o jeito lá do meu sertão
Quero andar pelas manhãs serenas Vendo as pequenas gotas no capim Quero correr quando chover só para ver Folhas molhadas resvalando em mim Vou me sentar na raiz da figueira Que fica inteira pra fora do chão Pra ver o gado descendo em parede Ir matar a sede lá no ribeirão
Quero morar numa casa modesta Jeito de festa quero sempre ali Vou me alegrar lá no pomar quando escutar O doce arrolho de uma juriti Vou à tardinha pescar na lagoa Andar à toa pelo banhadão Fazer de tudo pra matar saudade Dar felicidade ao meu coração
Mandei recado para os conhecidos Estou decidido e logo vou voltar Mandei também para um alguém que eu quero bem Que a muito tempo vive a me esperar Só peço a Deus pra me dar muitos anos Pois tenho um plano de grande valor Passar o resto desta minha vida Na Terra Querida do Interior