Dá o Outono, as uvas e o vinho, Dos olivais, azeite nos é dado. Dá a cama e a mesa o verde pinho, As balas deram sangue derramado.
Dá a chuva o Inverno criador, Às sementes dá sulcos o arado. No lar a lenha em chama dá calor, As balas deram sangue derramado.
Dá a Primavera o campo colorido, Glória, coroa do mundo renovado. Aos corações dá o amor renascido, As balas deram sangue derramado.
INSTRUMENTAL
Dá o Sol as searas pelo Verão, O fermento no trigo amassado. No esbraziado forno cresce o pão, As balas deram sangue derramado.
Dá cada dia ao Homem novo alento, De conquistar o bem que lhe é negado. Dá a conquista um puro sentimento, As balas deram sangue derramado.
De meditar, concluir, ir e fazer, Dá sobre o mundo o Homem atirado. À paz de um mundo novo onde viver, As balas deram sangue derramado.
INSTRUMENTAL
Dá a certeza o querer e o construir, O que tanto nos negou o ódio armado. Que a vida construida é destruir, As balas deram sangue derramado.
Essas balas deram sangue derramado, Só roubo e fome e o sangue derramado. Só ruina e peste e o sangue derramado, Só crime e morte e o sangue derramado.
INSTRUMENTAL
Composição: Adriano Correia De Oliveira E Manuel Da Fonseca