Já lá vai preso o ladrão Que em toda a parte aparecia Contam-se mais de um milhão De roubos que ele fazia. Contam-se mais de um milhão De roubos que ele fazia.
Meus senhores vão ouvir A história do quadrilheiro Manuel Domingos Louzeiro, Que foi a pena cumprir, Enquanto alguém de Salir, Num primor de descrição, Lhe chama até “Lampeão”; Mas, salirenses honrados, Podeis dormir descansados, Que lá foi preso o ladrão.
Já lá vai preso o ladrão Que em toda a parte aparecia Contam-se mais de um milhão De roubos que ele fazia. Contam-se mais de um milhão De roubos que ele fazia.
Pelas coisas que o povo diz, Para uns, terrível bandido Para outros, grande infeliz. Mas eu, sem querer ser juiz, Vi que ele se despedia Da mulher com quem vivia Numa amizade sincera E não vi nele a tal fera Que em toda a parte aparecia.
Já lá vai preso o ladrão Que em toda a parte aparecia Contam-se mais de um milhão De roubos que ele fazia. Contam-se mais de um milhão De roubos que ele fazia.
Desse rei dos criminosos Direi aos que o conheceram, Poucos crimes apareceram E poucos são os queixosos; Apenas alguns medrosos Terrível fama lhe dão; Para a justiça só são Os seus crimes dois ou três, Mas coisas que ele não fez Contam-se mais de um milhão.
Já lá vai preso o ladrão Que em toda a parte aparecia Contam-se mais de um milhão De roubos que ele fazia. Contam-se mais de um milhão De roubos que ele fazia.
Por alguns sítios passava, Onde há só gente honradinha, Que roubava à vontadinha E que ninguém acusava; Tudo Domingos pagava, E ele às vezes nem sabia Que à sua sombra vivia Gente que passa por justa, Fazendo crimes à custa Dos roubos que ele fazia. Gente que passa por justa, Fazendo crimes à custa Dos roubos que ele fazia.