Dengosa, sestrosa, derriçosa, odorosa flor Maldosa, formosa, sertaneja, meu lindo amor Anjinho! Benzinho! Meu carinho! Meu beija-flor! Condena, sem pena, que minh'alma te adora o rigor
Quando tu passas na orla dos montes Caminhos da fonte, da tarde ao morrer Meu pranto rola por sobre a viola Que a noite consola no seu gemer
Provocante, radiante, delirante, ondulante No teu fado ritmado, tu nos fazes até chorar Logo a gente, a gente sente uns desejos dos teus beijos Uns desejos dos teus beijos, que até nos fazem delirar
Ingrata, ingrata, volve a mim o teu doce olhar Teu riso me mata! Me sufoca! Me faz banzar! Desata, desata esse olhar do meu coração Ingrata! Ingrata! Suspirosa irerê do sertão!
Também se passas, formosa e tirana Na minha choupana da tarde ao cair Vou te seguindo na estrada arenosa Qual rola saudosa, a carpir, carpir
Na dança deslizas e assim pisas mil corações Teu peito é o leito, doce leito das tentações Teus olhos, teus olhos, vagalumes de ingratidões Teus olhos, teus olhos são queixumes de nossas paixões!
Compositores: Catulo da Paixao Cearence (Catulo da Paixao), Ernesto Julio de Nazareth ECAD: Obra #1877129 Fonograma #649510