Alameda dos Anjos

Escritas

Alameda dos Anjos


Quero dizer quanto sinto a saudade sua
Quero saber por quanto tempo ainda vou sentir
Lhe escrevo cartas mas nem sei seu endereço
E nem se lhe conheço tanto quanto um dia conheci

Em versos isolados de cada canção
Escuto os berros que me saem do coração
Na minha mente eu vago pelos olhos que são seus
E as canções que eu escuto todo mundo já esqueceu
Se conheceu

E aí então, esqueço do futuro e passo
O tempo viajando pra trás
E aí então, eu vejo no escuro o espaço
Que essa sua falta me traz
E o que essa sua falta me traz?

Em tantos textos que nem sei o que lhe peço
Eu proso, eu verso, eu argumento minha confusão
E as palavras vão surgindo, vêm na hora
O que me demora é ajeitar todas com perfeição

Assim parece fácil falar de nós dois
Mas se você está perto eu deixo pra depois
Que bobo, que patético e ridículo sou eu
As coisas que escrevo qualquer tolo já escreveu
E escondeu

E aí então, esqueço do futuro e passo
O tempo viajando pra trás
E aí então, eu vejo no escuro o espaço
Que essa sua falta me traz
E o que essa sua falta me traz?

Excessos que limitam a razão
Em versos pra chegar ao coração
Dispersos não revelam a paixão
Inversos só entregam a aflição

Dramáticos pra quem não vai viver
Tão práticos pra quem quer esconder
Simpáticos pra quem quiser saber
Elásticos pra quem quer esquecer

Tem horas que não ligo pro final
Agora já não sei se me faz mal
Por fora eu pareço tão normal
Demora, mas, como tudo, é mortal

E vai viver pra sempre
Eu sei, aqui em algum lugar
E vai passar e vai passar
E vai voltar
E aí então, esqueço
Do futuro e passo
E aí então, eu vejo
No escuro o espaço

E aí então, esqueço do futuro e passo
O tempo viajando pra trás
E aí então, eu vejo no escuro o espaço
Que essa sua falta me traz
E o que essa sua falta me traz?
O que essa sua falta me traz?
O que essa sua falta me traz?

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