Nosso Rio Grande é a capital dos domadores Sou cantador e defendo esta profissão Só tem a crina e o palanque de sinuelo Se monta nu puro pêlo, sem basto e sem pelegão
Frouxo o buçal e a gueixa sai corcoveando Chega ir orneando, credo em cruz, Virgem Maria Finca-lhe a espora que inté' chega dá um estouro E arranca lasca de couro da paleta e da viria Finca-lhe a espora que inté' chega dá um estouro E arranca lasca de couro da paleta e da viria
O domador, sendo bom, monta sozinho Sem amadrinho num pelado de rodeio Saindo salvo, deixa o resto que se perca Se a égua se for pra cerca, derruba a cabo de reio
Levanta tonta e o peão monta de novo Não tem retovo prum ginete macanudo Cabo de mango serve de alfafa pra ela Finca a espora nas costela' e atora com osso e tudo Cabo de mango serve de alfafa pra ela Finca a espora nas costela' e atora com osso e tudo
Um peão de estância é estropiado de serviço Garra por vício de domar égua aporreada Salta pro lombo e se manda campo fora Só se ouve o tinir da espora no fundo de uma invernada
Dá-lhe um gritito: -Te ajeita, bagual crinudo! Chibo beiçudo, desce ladeira e peral Diz o peão véio': -Tu te mexe e eu me mexo Hoje, eu te puxo do queixo, te quebro a cabeça a pau Diz o peão véio': -Tu te mexe e eu me mexo Hoje, eu te puxo do queixo, te quebro a cabeça a pau
Um aporreado veiaqueando' é coisa feia Murcha as oreia' e não faz conta do bocal Baixa a cabeça e esquece inté' da manada E vai abrindo picada no meio do macegal
Dali um pouquito, o bagual vai se acalmando Vai se entregando já cansado que dá pena Esmorecido de tanta espora e mangaço Mas reconheceu o braço de um domador ventena Esmorecido de tanta espora e mangaço Mas reconheceu o braço de um domador ventena
Compositor: Antonio Cesar Pereira Jacques (Baitaca) ECAD: Obra #26729701 Fonograma #2110825