Orgulhoso e cimarrón
Cantar o que sinto
Aqui eles me plantaram
Estou meio chateado
Ver tanto sofrimento
O homem se tornou um instrumento
Não distingue o certo do errado
Venda por menos de um rial
Sua consciência prostituída
E existe um rei na vida
Barriga em qualquer bairro
Eu sou uma coruja de entulho
Que assim que o amam, ele voa
E assim que ouvi sua vigüela
Eu vi que estava bem temperado
Sua voz viril, bem timbred
Mostra que cantar sabe
Os pampas em seu peito se ajustam
E embora o homem seja muito modesto
Vê-se que bem posto
O que os pássaros colocam
O homem pode descer
Talvez meio nua
Inteiro e gorduroso
Nunca acaba sendo vendido
Como um tigre perseguido
Faz sorte perna larga
Quando você tem que assobiar do forte
Apenas a maula engasga
Mas quando um free é plantado
Não o carrega, nem a morte
Com aquele selo bizarro
E aquele sotaque tão genuíno
Para defender o argentino
Você pode ver que ele tem muitas garras
O homem é para o violão
Como um amigo carter chirlo
Cante bem, é bom ouvir
E acredite em mim, eu não duvido
Se até as mãos ', o escudo
Eles têm que se soltar para aplaudi-lo
Minha música não deveria aplaudir
O piolho ressuscitou
Nem mesmo o lacaio ficará atordoado
Que ele fica com medo quando ouve isso
Mas eu sei que você tem que sentir isso
Para a raiz de seu sangue
O único fio a rebentar
Ele decolou para a vastidão
E pagou por sua liberdade
Com a dignidade da fome
Florescer
A música dele é mais profunda
Do que um furador de corda
Eu senti um resfriado primeiro
E então como um calor
Amalaya que cantora
'Jué pucha me emocionou
E embora eu esteja meio preso
Eu ainda sinto falta desse floreio
Porque eu não vejo há anos
Uma cantora tão bem plantada
Deixe aquele que tem voz cantar
Mas nunca por conveniência
Que se sua ciência for genuína
Cantar vai ficar melhor
Alguns vestidos de médico
A maula e o rastejante vão
Eles negociam por fama e dinheiro
Até sua própria esposa
E finalmente eles acabam sendo
Fertilizante de pegada
Eles encontrarão poucas flores
Na minha canção à paisana
Mas eu tenho em minhas mãos
Muitas decepções
Deixe os outros cantarem esplendores
Para animar o chefe
Não nasci para o sobón
Nem por um pedaço de naides
Eu vivo mais livre que o ar
Orgulhoso e cimarron
Orgulloso Y Cimarrón
Para cantar lo que siento
Aquí me tienen planta'o
Ando medio alborota'o
De ver tanto sufrimiento
El hombre se ha hecho instrumento
No distingue el bien del mal
Vende por menos de un rial
Su conciencia prostituida
Y anda reyuno en la vida
De panza en cualquier barrial
Soy lechuza cascoteada
Que en cuanto le amagan vuela
Y en cuanto oí su vigüela
Vi que estaba bien templada
Su voz viril, bien timbrada
Muestra de que cantar sabe
La pampa en su pecho cabe
Y aunque el hombre es muy modesto
Se ve que tiene bien puesto
Eso que ponen las aves
Puede el hombre andar caído
Acaso medio desnudo
El entero y agalludo
Nunca termina vendido
Como tigre perseguido
Le hace pata ancha a la suerte
Cuando hay que pitar del fuerte
Sólo el maula se atraganta
Mas cuando un libre se planta
No lo lleva, ni la muerte
Con esa estampa bizarra
Y ese acento tan genuino
Pa defender lo argentino
Se ve que le sobra garra
El hombre es pa la guitarra
Como carrero pal chirlo
Canta bien, da gusto oírlo
Y creame no lo dudo
Si hasta las mano', el escudo
Se han de soltar pa aplaudirlo
Mi canto no ha de aplaudirlo
El piojo resucita'o
Ni el lacayo atolondra'o
Que le entra miedo al oírlo
Pero se que ha de sentirlo
Hasta la raíz de su sangre
El que reventando alambre
Se largó a la inmensidad
Y pagó su libertad
Con la dignidad del hambre
Floreo
Su canto es más dentrador
Que una lezna de soguero
Sentí como un frío primero
Y después como un calor
Amalaya qué cantor
'Jué pucha me ha emociona'o
Y aunque estoy medio atora'o
Igual le echo este floreo
Porque hace años que no veo
Un cantor tan bien planta'o
Que cante el que tenga voz
Mas nunca por conveniencia
Que si es genuina su ciencia
El canto saldrá mejor
Vestidos de algún doctor
Van el maula y el rastrero
Cambian por fama y dinero
Hasta su propia mujer
Y al fin terminan por ser
Abono de pisadero
Van a encontrar pocas flores
En mi canto de paisano
Pero traigo entre las manos
Montones de sinsabores
Que otros canten esplendores
Para alegrarlo al patrón
Yo no nací pa' sobón
Ni pa' retajo de naides
Vivo más libre que el aire
Orgulloso y cimarrón
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