Errei bastante pra menos errar Levei pealos de matungos mansos Tantos afagos de torunos bravos Que moldaram meu jeito de andejar Feri aqueles que gostava tanto E dei carinhos a quem nem conhecia Mas foi andando, que a estrada um dia Mostrou-me o rumo que busquei no canto
As tantas pedras que feriram cascos Criaram calos que tenho nos dedos E em bordoneios, aprendi segredos Desta guitarra que traz o cheiro do campo Mas sigo o rastro que um dia aprendi Por mais difícil que fosse seguir Este caminho que escolhi pra mim Trilhando assim: à guitarra, basto e canto
Cansei cavalos no meu estradear Buscando um rumo convergente ao meu Mas sei que tantos buscam como eu Caminhos puros para camperear Não uso fio nas rosetas da espora Pois meu cavalo sabe meu pensar De andejar, buscando no canto O pasto verde; aguada pura E yerva buena pra matear
Quando desenrodilhei o bichará Pra aquecer o corpo judiado Trote cansado, melenas tordilhas Ainda buscando razões para caminhar Olhei parceiros, nos olhos, nas crinas Para ver quem estava do meu lado Seguir o legado, de ser um campeiro Um cancioneiro: ser parte da história
De tanto cruzar destinos de pedras Hoje mais calmo, bueno e veterano Por aragano entendo as pedras E o porquê deste penar Sou mais feliz por ter um canto puro Como as pedras que me alicercei Com minha pena seguirei meu canto Pra seguir eterno: meu povo e lugar