Alex Har
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Flor da Pescoceira

Alex Har


Tarde mansa de garoa
Que apeava galopeada
Paciência, faca boa
E capricho na lonqueada

Foi assim que ganhou vida
"bajo" a quincha do galpão
Desabrochando pra lida por conta da precisão
Distinta das outras flores
Que nascem pra serem belas
Com suas formas e cores no calor da primavera

[recitado]
Exalando aromas tantos
Pelas canhadas do pago
Trazendo alegria aos campos
Ou em jardins bem cuidados
Toda flor carrega um ciclo
Murcha, seca e cai no chão
Mas o teu é bem distinto
Pouca importa a estação

Não vai provar sarandeios
Presa a uma "trançita" atada
Pois nasceu pra dar costeio
A cada golpe ou sentada
Tampouco será "miminho"
Pra alguma china faceira
Desconhecerá o carinho
Por ser "flor da pescoceira"

Sei que deve sentir ciúme
Das margaridas e rosas
Por não ter graça e perfume
Nem aparência mimosa
Mas mostra força e rudeza
Em cada tirão que escora
Flor bruta por natureza
Que não faz parte da flora

Em seu galho não tem pua
Feito o galho da roseira
Trança bruta
Que por crua, talvez dure a vida inteira
Foi bem sovada ao rigor
É de couro
Flor bagual
Guapeando mostra o valor
Junto ao corpo do buçal

Compositores: Alexsander de Oliveira Har (Alex Har), Paulo Ozorio Cardoso Lemes da Silva (Paulo Ozorio Lemes)
ECAD: Obra #15189396

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