Lá diante o negrinho estendeu O gateado metendo um galope E a várzea em retruco deixou Que de longe se ouvisse o tropéu Eram só quatro patas Mas bem parecia um rumor de tropilha Que um tajã na coxilha, bandeou assustado As divisas do céu
Não sei bem, porque pressa Levava o negrinho a sopro de vento Ou se era um mandado De raio ou patrão que tocava o cavalo Só sei que cruzou, sem dar "buenas tardes" Firmando as esporas Pelo certo com "as hora" Um pouco perdidas, do canto do galo
Quem têm pressa na vida Às vezes por nada, só cansa o cavalo Outras vezes podia, deixar dois Três mates na volta pras casas Mas também quem se perde nas dobras do dia Campeando alguns bois Vai chegar bem depois Quando o fogo já está mermando nas brasas
Mais bem longe o negrinho Que eu ia contando, sumiu-se da vista Não ficou nem poeira, nem "buenas" Nem sombra, contando a cruzada Só estendeu-se o tropel de outras patas Batendo no carnal do couro E mais cinco em seus mouros Seguiram a várzea na mesma pegada
Que teria o negrinho Por conta da sorte, uma légua de sobra Mas bueno não era que ia com pressa E com os cinco de atrás Que se canse o cavalo, ou que chegue bem cedo Quem sabe a razão Quem têm rédeas na mão e um motivo que valha Bem sabe o que faz
Lá diante o negrinho estendeu O gateado metendo um galope Quem têm rédeas na mão e um motivo que valha Bem sabe o que faz
Compositores: Paulo Henrique Teixeira de Souza (Gujo Teixeira), Juliano Moreno Rodrigues (Juliano Moreno), Alexsander de Oliveira Har (Alex Har) ECAD: Obra #15189034