Eu já fui pobre não passava de pixote Carpia as data e também limpava os lote Mas todo mundo só me dava o calote Eu nunca via nem as cor dos bagarote Desanimei porque era molecote Passei então levar a vida de serrote
Filava bóia onde matava os frangote Se tinha vinho já bebia no corote Falô em serviço eu saio logo de trote Eu não trabaio nem debaixo de chicote Eu não sou boi, não quero canga no cangote Eu fui crescendo nessa vida de serrote
O meu conforte quero que vocês anote Minha mobília era feita de caixote O meu colchão era o couro de um garrote Onde eu sonhava só com ouro e lingote Sonhando eu tinha dinheiro lá no malote Quando acordava não passava de um serrote
Ia nos baile pra dançá rancheira e xote Menina linda vestidinho com degote Nós rodopiava ela mostrava o saiote A moça pobre eu deixava de fricote O meu amor é dinheiro e pacote Meninas pobre não tem papo pra serrote
Quem tá com sede chega devagá no pote A cobra arisca não pode errá o bote Eu me casei com a fia do Quinzote A moça é rica, eu também entrei no dote Estou agora vivendo de camarote Fiz minha vida só na base do serrote
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Compositores: Moacyr dos Santos, Joao Oliveira Dias ECAD: Obra #6384486