Ele disse pra Escola caprichar No desfile da noite de domingo Com gingo, com fé Pediu muita cadeira a requebrar Muita boca com dente pra caramba É samba, no pé De repente o pandeiro atravessou De repente a cuíca emudeceu De repente o passista tropeçou E a cabrocha gritou que o nosso rei, morreu
Viva o Rei de Ramos Que nós veneramos Que nós não cansamos de cantar
Viva o rei dos pobres Que gastava os cobres Nas causas mais nobres do lugar
Viva o rei dos prontos Que bancava os pontos Que jogava os pontos do milhar
Viva o Rei de Ramos Viva o rei Viva o rei Viva o Rei de Ramos
Os seus desafetos e rivais Misericordioso, não matava Mandava matar E financiava os funerais
As pobres viúvas consolava Chegava chorar De repente gelou o carnaval De repente o subúrbio estremeceu E a manchete sangrenta do jornal Estampou em garrafal Que o nosso rei, morreu
Viva o Rei de Ramos Que nós veneramos Que nós não cansamos de cantar
Viva o rei dos crentes e dos penitentes E dos delinquentes do lugar Viva o rei da morte Da lei do mais forte Do jogo da sorte, do azar
Viva o rei de Ramos Viva o rei Viva o rei Viva o Rei de Ramos
Compositores: Alfredo Emmer Dias Gomes (Alfredo Dias Gomes), Francisco Buarque de Hollanda (Chico Buarque), Francis Victor Walter Hime (Francis Hime) ECAD: Obra #13101486 Fonograma #618460