As Galvão
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Peito Sadio

As Galvão


Foi as quatro horas da manhã
Meu cachorro de guarda latiu
Levantei pra ver o que era
E vesti meu casaco de frio
Então vi que chegou um mensageiro
Amontado num burro turziu
Apiou e me disse bom dia
E o bolso da baldrana ele abriu
Uma carta o rapaz me entregou
E de novo amontou
E na estrada sumiu

Dei a carta pro meu irmão ler
Ele leu e me olhando sorriu
É convite pra nós ir na festa
Vai haver um grande desafio
O meu pai já correu no vizinho
Foi chamar o vovô e o titio
Nós cheguemo a pular de contente
Lá em casa ninguém mais dormiu
Pra quebrar aqueles campeonato
Nem com sindicato
Ninguém conseguiu

Violeiros que mandam convite
Moram lá do outro lado do rio
Eles pensam que nós não vai lá
Mas nós somos caboclo de brio
A peteca aqui do nosso lado
Por enquanto no chão não caiu
Quando nós cheguemo no catimba
Os mais fraco na hora sumiu
Só cantemos moda de campeão
E os tal que era bão
Nem sequer reagiu

Perguntei para o dono da festa
Onde foi que o senhor conseguiu
Esses tal violeiro famoso
Que as moda de nós engoliu
O festeiro ficou pensativo
E mordeu no cigarro e cuspiu
Vocês são dois caboclo batuta
Quem falou pode crer não mentiu
Teve algum que cantar experimentou
Mas o peito faiou
E a voz não saiu

As violas nós faz de encomenda
Nosso peito é tratado e sadio
Já cantemo três noite seguida
E as moda nós não repetiu
Quem repete é relógio de igreja
E o triste cantar do tiziu
E agora com esta vitória
Ainda mais nossa fama subiu
E vocês não devem discutir
Se viemos aqui
Foi vocês quem pediu

Compositores: Raul Montes Torres (Raul Torres), Rubens Ferreira (Rubens do Gera)
ECAD: Obra #22787 Fonograma #309651

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