Eu vi uma bicicleta velha, sem tinta, em movimento, de pneus gastos e os aros empenados; ainda assim seguia rápida se desviando, existindo, ao mesmo tempo dos carros, que estão sem paciência, não viam os pequenos heróis, apenas imagens a passar muito rápido; as pessoas na calçada também não, o que há de extraordinário pra ver?
Mas eu vi. Eram três, três guerreiros, uma família: pai, mãe e filha.... o homem eterno guardião de suas rainhas, fardos que ele nunca pensaria em reclamar de carregar, a mulher já acostumada a atenção o avisa olha o caminhão em quanto à pequena menina olha as casas, o céu a pista que passa rápido por debaixo de seus pés, se sente segura e feliz, não imagina da situação a que seu pequeno corpo está exposto.... tão inocente seu rosto.
Vivos em movimento teimam existir nessa rua agora, nesse mundo que não os vê, que passa sem perceber sua riqueza O seu malabarismo O seu malabarismo O seu malabarismo O seu malabarismo Entre a vida Entre a vida Entre a vida E a morte.... Entre a vida Entre a vida Entre a vida E a morte....