Avaré e Jataí
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Lamento de Um Rio

Avaré e Jataí


Sentado em sua margem
Às tardes fico olhando
As suas águas barrentas
Na minha frente passando
Toda cheia de impurezas
A vida vai devorando
Chega a causar arrepio
É o lamento do rio
Este gigante chorando

Relembro do seu passado
Aqui tudo era alegria
Suas águas cristalinas
Que o fundo do leito via
O seu cardume de peixes
E os seres que ali viviam
As mais belas corredeiras
O ronco das cachoeiras
Que barulhão que fazia

O ronco acima é chuva
O ronco abaixo é estiagem
O movimento das águas
Formava bela imagem
A mata ao lado dos rios
Dando sinal de coragem
Tão forte lhe protegia
Dos enxurros que descia
Com sua fúria selvagem

O homem acaba com tudo
A floresta desmatou
Tocou fogo, fez coivaras
E todo o solo arou
Pôs adubo, inseticida
Natureza revoltou
Com tanta poluição
Da cidade e do sertão
Por isso tudo mudou

Nascente com pouca água
Nas pedras perambuleia
Aves voando assustadas
Parece que em terra alheia
Aqui é só um vermelhão
Cinzento cheio de areia
Proteja a pátria querida
A água é um dom da vida
Que a humanidade anseia

Compositores: Joaquim Antonio Vieira (Marco Antonio), Francisco Dutra da Mota (Chico Mota)
ECAD: Obra #7284007 Fonograma #17565638

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