Na Fazenda Ferradura Levantam de madrugada O patrão e a peonada Se acordam ao cantar do galo E agarra pelo gargalo Eum porongo bem cevado Comem um charque sapecado E vão encilhando os cavalos
O peão pergunta ao patrão E o patrão responde assim Vamo levá o criolin Pra pode curá bichera E a cachorrada campeira Se vão junto a campo fora Porque no romper da aurora Eu quero o gado na mangueira
O patrão José Zorzan É quem ordena o peão campeiro Aparta touro e terneiro E me faz o fogo no chão Que hoje vai ter castração Dá-lhe uma afiada na faca Pode aguentar bem a marca Pra principiar a marcação
Já meio de sobrelombo Se pialo um touro criado Que a peonada agarrada Vão escolhendo um chifrudo E um peão desses macanudo Estranho de desaforo Sapeca um bago de touro E já come com cinza e tudo
Termina a lida do gado Busca a tropilha aporreada O sebruno e a gateada O ruano e o caborteiro Já salta o índio ligeiro Num redomão bem cuiudo Relibncha e se incói tudo Na espora de um peão campeiro
Toma um trago de cachaça E monta num peão aporreado E sai surrando cruzado Num pelado de rodeio Num ladeirão meio feio Desce o potro corcoviando Já cansado e se entregando A esposa e a cabo de reio
Num pingo bem encilhado Pelegão por toda lá O patrão José Zorzan Com a sua estampa caudilha Reúne toda a família Dos seus amigos me lembro Dia 20 de setembro Na Semana Farroupilha
Tapeio o chapéu na testa E entreverado se atraca Num cantil pata de vaca Lotado com canha pura É um palanque de cultura Homem honesto e de respeito É mais ou menos desse jeito Na Fazenda Ferradura