declamado: (“Cabocla, flor brasileira, que tem o cheiro das rosas Desabrochando viçosa nas manhãs de meu sertão O teu andar se parece com as águas da cachoeira Rolando pelas pedreiras se espatifando no chão Teus olhos machuca a gente como dois chifres aguçados De um pantaneiro amuado no carrascal do grotão Eu quero morrer sorrindo sentindo os chifres macios De teus olhos bravios varando meu coração As ondas de teus cabelos são como as ondas da praia Que sobre a areia desmaia ao sopro da brisa mansa Teus lábios são lindas flores se abrindo na primavera Cabocla da minha terra é a linda flor da esperança O teu olhar é mais quente do que o sol do mês de agosto Iluminando em teu rosto o encanto que resplandece Tem o brilho das estrelas daquelas bem reluzentes Que aparecem no poente logo que o céu escurece Cabocla flor brasileira que sabe ser namorada Sabe ser noiva adorada e esposa com devoção Sabe ser mãe carinhosa porque o amor e o carinho Cabem juntos inteirinhos no seu grande coração Abra teus braços bonitos, cabocla dos sonhos meus E na cruz dos braços teus deixe que eu seja pregado E faça com teus cabelos minha coroa de espinhos Para ganhar teus carinhos morrerei crucificado Mostre, cabocla trigueira, que a tua rara beleza Tem o dom da natureza que nem o tempo descora E tem a simplicidade de uma rolinha medrosa E o florescer de uma rosa quando vem raiando a aurora Se eu fosse o presidente baixava uma portaria E teu nome eu escrevia na nossa linda bandeira Onde está “Ordem e Progresso” escrevia radiante Com letras de diamante: “Cabocla, flor brasileira!”)
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Compositores: Abilio Barra (Barrinha), Jose Fortuna (Ze Fortuna) ECAD: Obra #56468 Fonograma #3507