Por aí andam dizendo que eu sou voileiro pacato Mas não ligo pra conversa, nem dou bola pra boato Aprendi o tocar da viola e também ser trovador Se quiser cantar comigo apareça como amigo Com prazer canto contigo e esperando aqui estou.
Cada vez que um trovão estoura tremendo o chão o meu peito revigora Quando um corisco azul trilha de Norte a Sul o som do pinho melhora Feito as águas da cachoeira caindo Sobre a pedreira nas noites que tem luar
Minha voz também ondeia no clarão da lua cheia Por sobre as ondas do mar Pego água na peneira e carrego no jacar Aonde eu cheguei andando quem corre não vai chegar Tem muita gente correndo, mas não pode me alcançar.
Tem gente que não gosta da classe de violeiro No braço dessa viola defendo meus companheiros Pra destruir nossa classe tem que me matar primeiro Mesmo assim depois de morto ainda eu atrapalho Morre um homem, fica a fama e minha fama dá trabalho.
Nasci num ninho de cobra, minha mãe é a serpente Devido ao veneno dela meu sangue ficou mais quente Leão eu venço no tapa, cascavel mato no dente O cachorro que me morde ai, sempre morre de repente.
Vou aonde tem amor, aonde tem ódio não quero ir No lugar que tem viola eu chego e não quero mais sair Deixei o divertimento, estou vivendo contrariado O desprezo da morena deixou meu coração maxucado
Até o pé de rosa branca está murchando e não dá mais flor Parece que adivinha que já morreu nosso grande amor Vou aonde tem amor, aonde tem ódio não quero ir No lugar que tem viola eu chego e não quero mais sair.
Compositores: Alexander Eneias Silva (Goro), Marcelo Alexandrino da Silva Oliveira (D.o. Tralha), Marcio Andre da Silva Rosa (Marcio) ECAD: Obra #84831 Fonograma #2076596