Eu tô na roça Da Maria perdida Que sofria na vida De não ter o que falar
Seu jeito calmo Silenciava o sono Dos cometas e raios Que vinham a lhe julgar
A saia de cabeça pra baixo Com a calma nos olhos O amor vinha cantar
O canto Da sereia na terra Do potiguar nos mares Água que vem te benzer
Lhe juro Que se um novo caboclo Dividi-lo em duas partes O povo todo vai ouvir
Sinhá senhora Respeito com todo apreço O som irradia dos lábios teus Pois a palavra nunca lhe apeteceu
Sinto o vazio Da espera outorgada Que nunca chega a nada Mesmo nos rios e estradas Por onde levo a minha fantasia De ouvir a mim mesmo E todo grande desejo É ilusão aos ensejos
O desejo aparece Na frente no ar Como pude provar Em minha descrição
Um cabra caboclo Vem justificar A divisa do mãe E começa um sermão
Eu vim para te falar Do conforto Que é pra tu não Chegar morto Gastando o que tem Que guardar
Se soubesse que tu era mal Agradecido Talvez nem tivesse eu vindo Pros caminhos lhe mostrar
Esse foi o sermão do mendigo Que mesmo sem um abrigo Ainda é capaz de ajudar
Vou me embora porque Esse povo da terra Não ouve a força divina Só o dinheiro ensina Só poesia tem rima A vida é muito além Dos dólares guardados embaixo Do seu sapato
O desejo aparece Na frente no ar Como pude provar Em minha discrição
Um cabra caboclo Vem justificar A divisa do mar E secou o sertão
Compositores: Floriano de Siqueira Varejao, Gabriel Costa Bellas ECAD: Obra #19374114