Minha palavra é faca Na goela do sujeito A poesia navalha De arrebentar o peito Corta indo e corta vindo No final eu tô sorrindo Faço bonito e bem feito
Eu sou bom violeiro, Mas posso me zangar Não venha tirar onda, Que eu boto pra quebrar
Pode vir de qualquer jeito Cantador não me encurrala Eu enterro, boto a cruz Ajudo a fazer a vala Depois de bem enterrado Volto para meu reinado Que um rei nunca se cala
Sou perito em cabala Escultor do universo Minha rabeca tem força Da turbina em reverso Minha voz é tonelada Meu repente é cipoada Tome rima e tome verso
Eu, às vezes desconverso Pra pirar toda moleira Se não tem, invento moda Boto pra engolir poeira Sou galope, sou martelo Formado desde bruguelo Na faculdade da feira
Vou comendo pelas beira Sopa quente em prato fundo Devorando as letrinhas Dum dialeto fecundo Tenho coração de aço Se é pra fazer eu faço Qualquer coisa nesse mundo
Não cochilo mei segundo A pancada é sempre essa Preparo meu bote certo Sem atropelo, sem pressa Tome muita vitamina Meu veneno contamina Vou te levar na conversa
Compositor: Edilberto Cipriano de Brito (Beto Brito) ECAD: Obra #14433336 Fonograma #1815629