Nossa vida é um sopro, já dizia Um profeta, divino arquiteto Se olharmos pro céu, o nosso teto Impossível medir toda magia Cem mil anos pra ele é um dia Dominar seu legado, não podemos Quase nada do cosmo entendemos Tanto faz para ele, bem ou mal Em medidas de tempo sideral Um segundo, é só isso que vivemos
Lado a lado, uma folha e o concreto Uma barra de ferro, o algodão Comparados, na mesma proporção Somos nós e estrelas nesse feto Não passamos além de um inseto Quase nada do mundo sei que vemos Num futuro incerto saberemos Que somente o céu é imortal Em medidas de tempo sideral Um segundo, é só isso que vivemos
Esse trem vai pra mesma direção Conduzido por trilhos do além Dentro dele não ficará ninguém Pois eternos, não tem nesse vagão Nosso tempo é o mesmo d'um clarão De um raio, talvez ainda menos Faça o bem, pois só ele levaremos Pro acerto de contas no final Em medidas de tempo sideral Um segundo, é só isso que vivemos
O dinheiro não compra esse bem Pois daqui, não levamos nem sereno Querer mais pode ser nosso veneno Quanto mais se adquire, menos tem Só é nosso, o que para o bucho vem Mesmo assim, logo após já devolvemos Nos pertence, mas nada disso temos Nesta conta, bom mesmo é ser igual Em medidas de tempo sideral Um segundo é só isso que vivemos
Compositor: Edilberto Cipriano de Brito (Beto Brito) ECAD: Obra #14344261 Fonograma #3293174