Quando no peito a saudade matadeira Aperta mais forte que abraço de pai Eu me levanto do aconchego da cadeira Que range e chora pelo amigo que se vai Pego o meu laço e tiro o baio da cocheira Que é forte e leve, como um vento matinal Traço meu mapa na viola que ponteia O meu destino nesse imenso meu quintal
Saudade matadeira, saudade matadeira São tantos anos de estrada Olho prá trás e vejo nada Há muito mais que caminhar
Cada estrada sempre segue o seu caminho Cada caminho o seu destino, o seu lugar Eu sem destino e sem lugar sigo sozinho Pôr entre tantos sou mais um a caminhar Cada chegada é um rebento de alegria E cada rosto, em cada riso, em cada olhar Cada partida o choro lento que judia Meu peito forte que começa a fraquejar
Saudade matadeira, saudade matadeira São tantos anos de estrada Olho prá trás e vejo nada Há muito mais que caminhar
De cada canto uma história, uma verdade Um apertado que vem lá do coração Pois cada lua, cada sol, cada saudade Traz junto as marcas dos momentos de paixão Meu canto forte quando corre pela rua Fica no vento feito pedaço de luz Minha canção, minha verdade é crua e nua Canto o que vivo e vivo o amor que me conduz
Saudade matadeira, saudade matadeira São tantos anos de estrada Olho prá trás e vejo nada Há muito mais que caminhar