Bob Dylan
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Chimes Of Freedom (tradução)

Bob Dylan

Bootleg Series, Vol. 7: No Direction Home


SINOS DA LIBERDADE



Bem depois do por do sol, antes do badalar pungente da meia noite

Nos atiramos pelo umbral da porta em meio a trovões que desabavam

Enquanto os sinos majestosos dos raios lançavam sombras nos sons

Como se fossem os sinos da liberdade cintilando

Cintilando pelos guerreiros cuja força está em não lutar

Cintilando pelos refugiados em seu caminho indefeso de fuga

E para cada soldado oprimido naquela noite

Olhamos, maravilhados, o cintilar dos sinos da liberdade.


Na fornalha derretida da cidade, olhamos inesperadamente

Rostos ocultos, as paredes como que querendo nos esmagar,

Enquanto o eco dos carrilhões confrontado com a chuva que assoviava

Dissolvia-se no som dos sinos dos relâmpagos

Os sinos dobravam para os rebeldes, dobravam para os torturados

Para os infelizes, abandonados e desamparados

Dobravam para os párias, sempre queimados na fogueira.

E olhamos, maravilhados, o cintilar dos sinos da liberdade.


Pelo martelar místico e louco da tempestade selvagem

O céu chicoteava seus poemas em maravilha pura

Que o som dos carrilhões das igrejas sumia longe na brisa

Deixando apenas os sinos dos trovões e relâmpagos

Os sinos dobravam para os gentis, dobravam para os bondosos

Para os guardiões e protetores das mentes

E para o pintor independente que sobrevive além de seu tempo

E olhamos, maravilhados, o cintilar dos sinos da liberdade.


Por toda a noite, qual igreja selvagem, a chuva descortinava histórias

Para os seres deslocados, sem rosto e sem agasalho

Os sinos dobravam para as bocas sem lugar para serem ouvidas,

Sempre inferiorizadas com essa situação assumida

Os sinos dobravam para os surdos e cegos, dobravam para os mudos,

Dobravam para os mal tratados, mães solitárias e prostitutas

Para os proscritos, caçados e derrotados pela captura.

E olhamos, maravilhados, o cintilar dos sinos da liberdade.


Apesar de uma cortina branca de nuvens brilhar ao longe

E do nevoeiro hipnótico ir subindo lentamente,

As luzes dos raios eram como flechas, disparadas para todos, menos para aqueles

Condenados a vagar ou então, até disso, impedidos.

Os sinos dobravam para os que procuram algo, em sua trilha silenciosa

Para os amantes de coração solitário com suas histórias muito pessoais

E para cada alma gentil e inofensiva, deslocada em uma cela.

E olhamos, maravilhados, o cintilar dos sinos da liberdade.


Olhos brilhando e sorrindo, lembro de como ficamos parados

Sem sentir o passar do tempo, que para nós ficou congelado

Ao escutarmos ainda uma vez mais, ao darmos uma última olhada

Tomados pela emoção, nó na garganta, até o fim do soar dos sinos

Que dobravam para os feridos sem quem cuide de suas chagas

Para os incontáveis acusados,

E para cada pessoa impedida em todo este vasto mundo

E olhamos, maravilhados, o cintilar dos sinos da liberdade.

Chimes of Freedom


Far between sundown's finish an' midnight's broken toll

We ducked inside the doorway, thunder crashing

As majestic bells of bolts struck shadows in the sounds

Seeming to be the chimes of freedom flashing

Flashing for the warriors whose strength is not to fight

Flashing for the refugees on the unarmed road of flight

An' for each an' ev'ry underdog soldier in the night

An' we gazed upon the chimes of freedom flashing.


Through the city's melted furnace, unexpectedly we watched

With faces hidden while the walls were tightening

As the echo of the wedding bells before the blowin' rain

Dissolved into the bells of the lightning

Tolling for the rebel, tolling for the rake

Tolling for the luckless, the abandoned an' forsaked

Tolling for the outcast, burnin' constantly at stake

An' we gazed upon the chimes of freedom flashing.


Through the mad mystic hammering of the wild ripping hail

The sky cracked its poems in naked wonder

That the clinging of the church bells blew far into the breeze

Leaving only bells of lightning and its thunder

Striking for the gentle, striking for the kind

Striking for the guardians and protectors of the mind

An' the unpawned painter behind his rightful time

An' we gazed upon the chimes of freedom flashing.


In the wild cathedral evening the rain unraveled tales

For the disrobed faceless forms of no position

Tolling for the tongues with no place to bring their thoughts

All down in taken-for-granted situations

Tolling for the deaf an' blind, tolling for the mute

For the mistreated, mateless mother, the mistitled prostitute

For the misdemeanor outlaw, chased an' cheated by pursuit

An' we gazed upon the chimes of freedom flashing.


Even though a cloud's white curtain in a far-off corner flashed

An' the hypnotic splattered mist was slowly lifting

Electric light still struck like arrows, fired but for the ones

Condemned to drift or else be kept from drifting

Tolling for the searching ones, on their speechless, seeking trail

For the lonesome-hearted lovers with too personal a tale

An' for each unharmful, gentle soul misplaced inside a jail

An' we gazed upon the chimes of freedom flashing.


Starry-eyed an' laughing as I recall when we were caught

Trapped by no track of hours for they hanged suspended

As we listened one last time an' we watched with one last look

Spellbound an' swallowed 'til the tolling ended

Tolling for the aching ones whose wounds cannot be nursed

For the countless confused, accused, misused, strung-out ones an' worse

An' for every hung-up person in the whole wide universe

An' we gazed upon the chimes of freedom flashing.



Compositor: Robert Dylan
ECAD: Obra #14394

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