De água e barro me refaço Eu não nasci de nenhuma costela Sou eu quem me dou e tiro a luz Meu corpo é feito de ametistas Meus olhos são duas sementes vivas Tudo que me contaram é mentira Eu descobri que meu reflexo na água brilha E foi assim que eu comecei a refletir Sempre sabendo o meu lugar e que não dá pra desistir Eles me impõe o que eu devo ser e o que eu devo vestir Mas eu não devo nada pra ninguém Roupa cara maquiagem notas de cem Enquanto aqui do lado alguém passa fome Cê acha que isso é justo não ter perspectiva de futuro E ainda quer mudar de assunto Pensa no fim do mundo mas não no fim do capital Do sistema patriarcal que destrói a fundo E eu que não me incluo no meio disso tudo Só busco a chave pra ter um futuro justo Uso as palavras como oração Agradeço todo dia com o coração aberto Corro pelo certo cuidando da minha mente abstrata Dissipando o ego Luto com as minhas armas não baixo a guarda Sou filha de Ogum e já nasci fechada Desde cedo fui criada pra não ter medo Esse é só o começo da minha jornada Abram-se os caminhos Abram-se os caminhos
Abram-se os caminhos
Compositor: Bruna Rafaela Motta ECAD: Obra #30241305 Fonograma #28747360