Bruno Silva
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Estado Agonia

Bruno Silva

Flores de Inverno


Foram três parcelas atrasadas
E a demissão que eu já sabia
Sem dinheiro para os impostos
E para as mulheres que eu comia
Ligo o rádio é a mesma bosta
E há proibições para o meu som
Mandam leis para controlar
E fazer com que eu ache que tudo está bom
Cuspo fora a meu dente podre
E sinto a fraqueza, numa anemia
Só bato uma para aliviar o desespero
Ou para curtir minha nostalgia

Estado agonia, estado agonia

Vejo os exemplos de cuba
De canudos; dos quilombos e da anarquia
E o cuidado que devemos ter com os soldados
Interpol, fbi e com a cia
Estou sem dinheiro; sem lazer
Sem cultura e sem bombom
E à noite
Minhas insônias só desenham uns diabos de batom
Esqueci-me da fé em Deus
Do amor e de quanto eu devia
E os jornais
Tvs e rádios sorriam a minha morte em autofagia

Estado agonia, estado agonia

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