Num recanto de sertão Um desordeiro vivia Por nome de Mosca Branca O povo lhe conhecia Levava em seu coração Só maldade e covardia
Atacava residência Quando o marido saía Se a mulher fosse feia Ele amarrava e batia Se fosse mulher bonita
Se ver ninguém acredita O que o bandido fazia Na casa de um caboclo Certo dia chegou Vendo a mulher sozinha Mosca Branca aproveitou
A linda flor do caboclo Sem piedade desfolhou Aquele rostinho lindo Banhado em pranto ficou Desejando a própria morte O marido a encontrou
Com seu coração ferido O que tinha acontecido Ao marido ela contou Caboclo ficou mais bravo Do que onça encurralada E sentiu que a sua vida Já não valia mais nada
Jurando honrar seu nome Despediu da sua amada Procurando o marginal Saiu por trilha e picada Andou três dias no rastro Sem fazer uma parada E do barranco de um rio Numa canoa ele viu Sua caça procurada
Sentindo o frio da morte Mosca Branca reagiu O céu cobriu de fumaça Foi só bala que zuniu Canoa foi afundando Entre as piranhas sumiu Só uma nuvem vermelha Do fundo d'água surgiu
Do coração do caboclo Pra sempre a mágoa saiu Voltou para o seu amor E quem causou tanta dor Ficou no fundo do rio
Compositores: Jesus Belmiro Mariano (Jesus Belmiro), Antonio Borges de Alvarenga (Cacique) ECAD: Obra #266138 Fonograma #1642337