Na cidade de Andradina Um boiadeiro chegou Com mil e quinhentos bois Com destino ao matador
Com o latido dos cachorros A boiada estourou Foi grande a correria Era só grito que ouvia Não tinha quem socorria Mas o milagre Deus mandou
A boiada esparramou Pelo centro da cidade Batendo os cascos na rua Parecia tempestade
Tinha criança brincando Em sua simplicidade Levaram um grande espanto Foi grito por todo canto Por milagre de algum santo Não houve fatalidade
Apareceu um peão Com o berrante repicando Naquele mesmo instante A boiada foi parando
Para perto do peão A boiada foi chegando Era um gadão de raça Ficaram todos sem graça Sem fazer mais ameaça E vinham todos berrando
Com o som deste berrante Vi muita gente chorando Cheguei perto do peão E fui logo perguntando
Pela marca do berrante Assim ele foi falando Marca nele não há Você pode acreditar Este berrante que aqui está É o chifre do Soberano
O Soberano morreu Mas sua fama ficou Do couro foi feito um laço Que até hoje não quebrou
Do chifre, este berrante O meu pai quem fabricou Recebi como herança E guardo como lembrança Eu sou aquela criança Que o Soberano salvou
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Compositores: Geraldo Lourenco Sampaio (Geraldo Sampaio), Antonio Borges de Alvarenga (Cacique), Jose Rosa de Souza ECAD: Obra #15276 Fonograma #3094046