Cacique e Pajé
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Serpente Traiçoeira

Cacique e Pajé


Naquele velho angico
Corcomido e desfolhado
Bem na beira do caminho
Do lugar que eu fui criado
Dois nomes num coração
No tronco estão gravado

Eu gravei o nome dela
Sabendo que era amado
E ela gravou o meu
Porque sabia que eu
Era seu apaixonado

Com ela no pensamento
Eu lavrava o duro chão
E quando o sol despedia
Pra esconder no espigão
Eu encontrava com ela
Sentindo grande emoção

No pé do velho angico
Ouvia a nossa canção
Da pombinha que cantava
Parecendo que estava
Sentindo a nossa paixão

O tempo foi se passando
Nosso amor se evoluiu
Mas um dia o destino
Sem piedade nos traiu
Uma cobra cascavel
Nosso sonho destruiu

Pra vida da eternidade
Minha amada despediu
Ao perder quem eu queria
Senti que minha alegria
Com ela também partiu

Com meu coração ferido
E os olhos marejando
Na sombra do angiqueiro
Nosso amor fui relembrando
Com o cantar da pombinha
Minha dor foi aumentando

Saí pelo mundo afora
Com a dor me acompanhando
Meu sofrimento é profundo
Mas sei que no outro mundo
Meu bem está me esperando

Compositores: Jesus Belmiro Mariano (Jesus Belmiro), Antonio Borges de Alvarenga (Cacique)
ECAD: Obra #25279

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