O povo de hoje em dia Vive cheio de maldade Não se encontra facilmente Um amigo de verdade
No meu tempo de carreiro Eu tinha muita amizade Pois vivia viajando Pra fazenda transportando
O progresso da cidade Pra guiar minha boiada Tive o melhor candeeiro Um menino surdo e mudo Esse foi meu companheiro
Se chamava Zé Neguinho Era filho de um tropeiro Enjeitado pelos pais Eu criava o bom rapaz Como filho verdadeiro Eu saí de Rio Preto Levando carga pesada Meu velho carro chorava Na subida e na baixada
Zé Neguinho lá na frente Brincava com a boiada Esperava chegar perto Depois dava um pulo certo Correndo na disparada Contente naquela lida Cumpria a nossa missão
Mas chegando na porteira Da fazenda Promissão O menino escorregou Caiu e rolou no chão Eu fiquei paralisado Vendo o garoto esmagado Sem a minha proteção
Minha vida de carreiro Nessa hora se acabou Naquele estradão deserto Uma cruz ali ficou Nunca mais tive alegria Minha vida transformou Até hoje não consigo Esquecer daquele amigo Que sempre me acompanhou
Compositores: Jose da Silva Martins (Ze Batuta), Sebastiao Aragon Dias ECAD: Obra #266058 Fonograma #1120701