Caju & Castanha
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Desafio em Carreirão

Caju & Castanha


Na pancada do pandeiro eu vou lhe desafiar
Bote pra cima de mim que eu tô aqui pra pegar

Caju
Você pra mim é nojeira, esgoto que a água leva
Munturo seco da treva, malandro de mei de feira
Objeto de puteira, rabo de pé de coveiro
Seu jumento trapaceiro, sua fama nunca cresce
Que seu nome é com três f é frango fraco e fuleiro.

Castanha
Você mesmo é atrasado jumenta disfarrapada
Corno das ponta virada infeliz esculhambado
Maloqueiro aposentado seu cabeça de siri
Venta de sapoti, desmunhecado sem fama
Penico de pé de cama de kenga fazer xixi.

Caju
Eu já fiz uma pesquisa se tu prendeu cantar
Só vi o povo falar que você não improvisa
Só aprendeu levar piza cantar errado e mais nada
Deixa dessa palhaçada, nunca cresce a tua classe
Volta pra onde morasse vai trabalhar de inchada.

Castanha
Você nem canta nem goza nem trava nem puxa terra
O que canta tudo erra, sua cantiga é sebosa
sua rima é fanhosa
Na sua língua tem ferro, tá escrito no caderno
Seu careca de saguim,
vá cantar ruim assim nas profunda dos inferno.

Caju
Tu chega na minha casa tem tudo que precisar
Carne de porco, jabá, da galinha come a asa
Lá ninguém num se atrasa nada falta tudo tem
Porque nota até de 100 eu pego e dou a você
Mas tudo que a mulher comer você tem que comer também.

Castanha
Esse cara de cotia bebia muito aguardente
Mais entrou na lei de crente porque a cana ofendia
Eu saí com ele um dia, pra beber cana com ele
Acunhei cachaça nele, ele caiu na estrada
Quando foi de madrugada cumeram a goiaba dele.

Caju
Cala a boca maloqueiro, maldito, amaldiçoado
Pernambucano viado, imundo, catimbozeiro
Desgraçado, feiticeiro, cara de put* safada
Sua jumenta assanhada que anda passando fome
Tu num tem cara de homem, corno da gaia furada.

Castanha
A mãe dele é cozinheira de primeira qualidade
Tem muita capacidade e a comida de primeira
Um dia de sexta-feira ela de mim teve dó
Ajeitousse butou pó e ficou daquele jeitão
E depois me deu o fogão que tem uma boca só.

Caju
Não adianta falar que canta geografia
Gramatica mitologia, nome de peixe do mar
Querendo fama pegar, tem gente que te ignora
És um sujeito caipira que tem ação de menino
Seu grito é um bom ensino, você some e vai embora.

Castanha
Ele tem uma doença, não tem doutor pra curar
Também num pode casar que isso é frango de nascença
O doutor sem paciência passou-lhe a faca por baixo
Só fez arriar o cacho, fez nele uma operação
Tá aqui feito um capão, nem é fêmea nem é macho.

Caju
Eu já enfrentei cantador com enorme qualidade
Que tinha capacidade de ser o meu professor,
Um poeta que estudou e passou no vestibular
Não pode me enfrentar, fugiu da minha batalha
Quanto mais esse canalha que num tem o que cantar.

Castanha
Galinha podre sem pena, trampo de oi carrapato
Bexiga, pulga de mato, cego da gota serena
Olho que dá a grenguena, papa pau com tripa crua
Rapa pena de perua, vira cabeça de prego
Ladrão de boiado e cego, corno de ponta de rua.

Caju
A mulher do seu castanha diz que gosta muito dele
Quando vê no bolso dele umas quatro notas de 100,
Chama o trouxa de meu bem, agarra ele por trás
Ela com outro rapaz, transa de segunda a sexta
Já vi tanto corno besta mais esse é besta demais.

Castanha
Esse trouxa se casou e com nove mês de casado
Ele viu-se aperriado, na mulher deu uma dor
Foi que essa dor aumentou, foi passando pra costela,
Subiu pra espinhela, ele cheio de piedade
Correu pra maternidade, deu a luz no lugar dela.

Caju
Tá vendo esse cara lisa, foi morar lá em recife
A mulher meteu um chifre, quase tirou sua vida,
Ainda deu uma piza, quebrou-lhe 4 costelas
Deu um arrocho de guela, eita que mulher danada
Fez ele levar a mala na casa do macho dela.

Castanha
Você hoje vai achar salada pro seu cozido
Tapa pra seu pé do ouvido, copo quebrado em seu bar
Bagunça pro seu azar, entriga com seus vizinhos
Serrote pro seu espinho, leite pra sua manteiga
Um macho pra suas nega e um pai pra seus molequinho.

Na pancada do pandeiro eu vou lhe desafiar
Bote pra cima de mim que eu tô aqui pra pegar

Compositores: Jose Roberto da Silva (Castanha), Ricardo Alves da Silva (Cajuzinho)
ECAD: Obra #3225178 Fonograma #1464067

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