Carla Bruni

Il Vecchio E Il Bambino (tradução)

Carla Bruni

Comme Si de Rien N'Etait


O Velho e o Menino



Um velho e um menino se pegam pela mão

E vão junto ao encontro da noite;

a poeira vermelha se levantava longe

e o sol brilhava de luz não verdadeira...


A imensa planície parecia chegar

até onde o olho de um homem podia olhar

e tudo ao redor não tinha ninguém:

só o sombrio contorno de torres de fumo...


Os dois andavam, o dia caía,

o velho falava e devagar chorava:

com a alma ausente, com os olhos molhados,

seguia a lembrança de doces passados...


Os velhos suportaram as injustiças dos anos,

não sabem distinguir a verdade dos sonhos,

os velhos não sabem, no pensamento deles,

distinguir nos sonhos o falso do verdadeiro...


E o velho dizia, olhando longe:

"Imagine isso coberto de grão,

imagine os frutos e imagine as flores

e pense nas vozes e pense nas cores


e nessa planície, até onde se perde,

cresciam as árvores e tudo era verde,

caía a chuva, anunciava os sóis

o ritmo do homem e das estações..."


O menino ria, o olhar era triste,

e os olhos olhavam coisas jamais vistas

e depois disse ao velho com voz sonhadora:

"Eu gosto de histórias, me conte outras!"

Il Vecchio E Il Bambino


Un vecchio e un bambino si preser per mano

e andarono insieme incontro alla sera;

la polvere rossa si alzava lontano

e il sole brillava di luce non vera...


L' immensa pianura sembrava arrivare

fin dove l'occhio di un uomo poteva guardare

e tutto d' intorno non c'era nessuno:

solo il tetro contorno di torri di fumo...


I due camminavano, il giorno cadeva,

il vecchio parlava e piano piangeva:

con l' anima assente, con gli occhi bagnati,

seguiva il ricordo di miti passati...


I vecchi subiscon le ingiurie degli anni,

non sanno distinguere il vero dai sogni,

i vecchi non sanno, nel loro pensiero,

distinguer nei sogni il falso dal vero...


E il vecchio diceva, guardando lontano:

"Immagina questo coperto di grano,

immagina i frutti e immagina i fiori

e pensa alle voci e pensa ai colori


e in questa pianura, fin dove si perde,

crescevano gli alberi e tutto era verde,

cadeva la pioggia, segnavano i soli

il ritmo dell' uomo e delle stagioni..."


Il bimbo ristette, lo sguardo era triste,

e gli occhi guardavano cose mai viste

e poi disse al vecchio con voce sognante:

"Mi piaccion le fiabe, raccontane altre!"


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