Carlinhos do Pala Branco
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Relíquias do Homem do Campo

Carlinhos do Pala Branco


Buçal, maneador maneia
Rédeas de couro ensebadas
Relíquias que são cuidadas
Que nem troféus cintilantes

E o gancham altar gigante
Que as conservam penduradas
E é como um ritual sagrado
Que as contemplam todo instante

Tomara que a natureza
Tenha força pra vencer
Mesmo com todo o progresso
Não deixe o campo morrer

Mesmo com todo o progresso
Não deixe o campo morrer

Conservo um galpão de palha
Num quintal arborizado
E um palanque bem cravado
Simbolizando a estância

Nas flores sinto a fragrância
Quando mateio cedinho
E o canto dos passarinhos
Fazem recordar minha infância

Tomara que a natureza
Tenha força pra vencer
Mesmo com todo o progresso
Não deixe o campo morrer

Mesmo com todo o progresso
Não deixe o campo morrer

Quantos anos se passaram
Depois que vim pra cidade
Quase morro de saudade
Quando a tarde vem caindo

Quando o Sol vai se sumindo
Do gado ouço o berreiro
E os instintos de um campeiro
Aos poucos vão se extinguindo

Tomara que a natureza
Tenha força pra vencer
Mesmo com todo o progresso
Não deixe o campo morrer

Mesmo com todo o progresso
Não deixe o campo morrer

Me sento junto a lareira
E atiço o fogo de chão
Com mate canha e violão
Vou afogando meu pranto

Nesta milonga que canto
Olhando o fogo crescer
E rezando pra não morrer
O que ainda resta do campo

Tomara que a natureza
Tenha força pra vencer
Mesmo com todo o progresso
Não deixe o campo morrer

Mesmo com todo o progresso
Não deixe o campo morrer

Compositores: Paulo Cesar Tavares Martins (Querencia), Carlos Eichner Rodrigues (Carlinhos do Pala Branco)
ECAD: Obra #5974270 Fonograma #1717377

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