Carlito, Baduy e Nhozinho

Pé na Tábua

Carlito, Baduy e Nhozinho


Trabalhei um mês com um caminhão
E o meu patrão que era um tal Mané
Me pagou a conta e me mandou passear
Depois de xingar a classe de chofer

E o homem tinha toda a sua razão
Com seu caminhão lá no Canindé
Um poste e uma casa eu desmantelei
Quando manobrei o carro em marcha ré

Como em nossa vida logo tudo passa
Eu entrei na praça em carro de aluguel
Trabalhando à noite como empregado
Num ponto afamado na Praça da Sé

Eu tinha mania de velocidade
Dentro da cidade eu metia o pé
O meu apelido era "pé na tábua"
Eu dizia, n'água salve quem pudé

Cabelo penteado, meu boné de lado
Sempre assanhado quando via mulher
Eu pagava multa quase todo o mês
E algumas vez duas, três até

Sempre mariscando eu formava pega
Deixando os colegas sempre de má fé
Dei uma trombada, perdi o para-lama
E fiquei de cama com gesso no pé

Com a minha mania de cabra largado
Fui prejudicado, veja como é
A guarda civil me tirou a carteira
A bem da ordeira classe de chofer

E até foi bom que isso aconteceu
Pois agora eu vejo a boa maré
Mudei de profissão e ganho dinheiro
Hoje sou violeiro lá no Sumaré

Compositores: Luiz Raymundo (Luizinho), Jose Angelo de Campos (Bigua), Ado Benatti
ECAD: Obra #32211 Fonograma #261097

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