Velho carreiro ao parar de carrear Pra sua filha o comando ele entregou E aqueles bois se acostumaram com a moça De tal maneira que jamais ele encalhou
Podia estar no lamaçal mais perigoso Bastava ela dar apenas um sinal Pra se ouvir gemer cocão dentro do barro E os bois tirando o carro do terrível pantanal
Somente a moça a boiada obedecia Sem o seu grito o velho carro não saia
um dia a moça adoeceu e aqueles bois Outro carreiro não queriam respeitar Era preciso que ela viesse a janela E desse órdens pra boiada carrear
Até que um dia sem ouvir a voz da moça Puxaram o carro passos lentos pela estrada Porque levavam o seu corpo no caixão Quão uma flor de estimação pra sua última morada
Esse mistério ninguém sabe se não foi a voz da moça do além tocando os bois
Daquele dia tudo se modificou Tanta tristeza conta do lugar O velho carro que era dela silenciou E a boiada nunca mais quis carrear
De sentimento por perder a companheira Foram morrendo um a um pelos currais Quem somos nós pra entender tamanha dor Como cabe tanto amor nos corações dos animais
Compositores: Floriovaldo Alves Ferreira (Creone), Jose Fortuna (Ze Fortuna), Joao Doracio (Carlos Cesar) ECAD: Obra #21629 Fonograma #9200146