Se não sabes o que é Fado Sem ter sombra de pecado Sem traições Corações Aos baldões E paixões de vielas Se não fazes uma ideia Desta triste melopeia Que nos alegra E por via de regra Choramos com ela Se não sabes como encanta Quem o ouve e quem o canta Quando se agarra A uma guitarra À luz do luar Fado dum fado nascido Um grito de espanto, um gemido Vem ver Lisboa Como ela o entoa E o canta a chorar!
Fado é amor Que sobrou d'algum queixume Que se agarrou ao ciúme E se embrulhou no seu manto Fado é a dor É o meio-termo da vida Nem esperança perdida Nem riso, nem pranto!
Se não sabes que a tristeza Que nos prende, e fica presa Não é mais Que os sinais Usuais D'alguns ais sem agrado Se não sabes que a Saudade Que nos abre e nos invade Só aparece Quando não se esquece Que também é fado Se não sabes o que é esperança Que não pára, que não cansa E é com certeza Tal como a firmeza Um rasto de Fé Sonho dum sonho desfeito O gosto dum gosto perfeito Que nos embala Mas que não se iguala Ao que o Fado é
Compositor: Joaquim Frederico de Brito (de Brito Joaquim Frederico) ECAD: Obra #14426481 Fonograma #5969070