Equilibrado na beirada do abismo Quem sabe caia, ou talvez vá voar Noite cerrada, ferro, fogo, batismo Anjo nenhum vai conseguir me escorar Vai com açúcar ou prefere adoçante Anjo-da-guarda se recusa a provar
Nada a perder, nada a ganhar Enlouquecer ou delirar E eu ainda insisto em andar Onde os anjos não ousam pisar
Na matinê morro de tiro ou de tédio Se Deus morreu quem é que vai me enterrar Prefiro o brilho do meu próprio remédio Anjo-da-guarda se recusa a olhar A camisinha você trouxe meu bem Deixa meu anjo, que eu não vou gozar
Nada a perder, nada a ganhar...
Alma vazia, vendi todos os móveis Levei na troca pó-de-pirilimpimpim Luz na neblina, solidão, automóveis Molhado asfalto das esquinas de mim
Abandonado por meu próprio destino Fazendo força pra seguir sem pensar Dentro do peito agonizando o menino Que se perdeu por que não soube chorar Se não tem cura eu toco um tango argentino Olhando o anjo que não sabe dançar
Nada a perder, nada a ganhar Enlouquecer ou delirar E eu ainda insisto em andar Onde os anjos não ousam pisar
Onde eu passo sem ter que pensar Nenhum anjo consegue voar
Compositores: Jose Rodrigues Trindade (Ze Rodrix), Etelvina Arrebola Souza da Frota ECAD: Obra #1649402 Fonograma #932695