A gente se amou por causa,

Por causa de um verão

Que coloria tudo de cor-de-rosa, o amor e a cidade

Por causa dos grandes sonhos

Que construimos

Em torno de Adão e Eva

E do paraíso deles

Por causa de um clima

Do lugar e do momento

E de retalhos de infância

Colados aos nossos vinte anos

A gente se amou por causa... por causa ... por causa ... por causa

Mas agora, veja, não dá para ignorar

Que temos de encarar um pouco as coisas de outro ângulo

A gente se amou por causa

Temos de nos amar apesar

Apesar da chuva

Caindo em nosso verão

Apesar do céu poluído

E dos dias sem claridade

Apesar dos grandes sonhos

Que deixamos para trás

Como Adão e como Eva do paraíso perdido

Apesar do discernimento, da bondade de nossos corações

Apesar dos hábitos que criamos com os anos

A gente se amou por causa... por causa ... por causa ... por causa

Mas agora, veja, não dá para ignorar

Que temos de encarar um pouco as coisas de outro ângulo

A gente se amou por causa

Por causa de um clima

Do lugar e do momento

E de retalhos de infância

Colados aos nossos vinte anos

A gente se amou por causa... por causa ... por causa ... por causa

Mas agora, veja, não dá para ignorar

Que temos de encarar um pouco as coisas de outro ângulo

A gente se amou por causa

A gente se amou por causa, por causa de muitas coisas

Mas agora, veja, não dá para ignorar

Que o amor se transforma e sua apoteose...

É quando a gente se ama por causa... por causa dos “apesares”!