Agora vós, ricos Chorai e pranteai por vossas misérias Que sobre vós hão de vir As vossas riquezas estão apodrecidas E as vossas vestes estão comidas de traça O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram E a sua ferrugem dará testemunho contra vós E comerá como fogo a vossa carne, pois Acumulaste tesouro para os últimos dias E o salário dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras E que por vós foi diminuído, clama E os clamores dos trabalhadores entraram nos ouvidos do Senhor dos Exércitos Vocês viveram luxuosamente na Terra, desfrutando prazeres E fartaram-se de comida em dia de abate Vocês tem condenado e matado o justo sem que ele ofereça resistência Mas bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois eles serão saciados Erga a voz, julgue com justiça Defenda os direitos dos pobres e dos necessitados Mas lembrem-se, dai a Cesar o que é de Cesar e dai a Deus o que é de Deus (Amém, aê)
Passando pelo vale da sombra da morte A lama da morte ainda é a Vale Mano, não importa quanto tempo passe Vidas não se pagam, então não se cale Me diz quanto vale a causa do pobre O sistema tá brincando de pegar vareta O dele que tem imersão de um girar do jogo É o mesmo que nunca treme quando a cor é preta É a vareta preta virando o jogo Só que dessa vez eu vim fazer tremer, uh Gente que fala, mas não sabe nem metade do que fala Nem sempre aquele que fala de fato tem algo a dizer Ah, ah, uh Eu tô pouco me lixando pro seu Tcc Que romantiza e menospreza a vivência da favela Roubando o lugar de fala pra se autopromover Vivência na causa, currículo Sem ela, aqui nada é legítimo Equidade, a conta primária Bem mais necessária que todo algoritmo Na era do cyberpolítico Pro seu pedigree, eu sou pitbull É que conhecimento sem visão Só te faz mais um burro convicto
O cidadão de bem dá um tiro do bem Com sua arma do bem no suspeito do mal Que não matou ninguém e não roubou ninguém Mas adivinha quem é o vilão do jornal Racismo é o câncer estrutural Esse fato não depende da sua opinião Ou você coopera com essa estrutura Ou você ajuda na demolição Alguém avisa pro falso cristão Que todo jovem preto um dia foi um feto Não venha me dizer que é a favor da vida Se quando nos assassinam, você fica quieto O papo é reto, poucas ideia Sobrevivência, revolução Eles vão tentar tomar meu lugar Mas tipo Rosa Parks, eu digo: Hoje não É que hoje eu me sinto tipo Babu Vem um racista de cada vez O pente é minha libertação O black é a coroa que me fez um rei Hoje eu me sinto tipo Babu Vem um racista de cada vez Nem na parede, nem no paredão Livre Black Panther, somos todos reis
Então dai a Cesar o que é de Cesar Dai a Cesar o que é de Cesar Então dai a Cesar o que é de Cesar Dai a Cesar o que é de Cesar Então dai a Cesar o que é de Cesar Dai a Cesar o que é de Cesar Então dai a Cesar o que é de Cesar Dai a Cesar
Não é por ódio que eu tô no ringue É por amor, Martin Luther King O principal foco dessa resistência É não deixar que o ódio me contamine Eles nunca choram as nossas dores Mas sempre censuram a nossa revolta Quem faz da maldade um boomerang Não pode reclamar no momento que volta Fogo no museu, fogo no Pantanal Fogo na Amazônia e cadê os moralista? Cês só reclamam do nível do fogo Quando o povo grita: Fogo nos racistas Eles criticam fogo nos racista Só pra mudar o foco do problema Quem problematiza é quem menos se importa No quanto o racismo diário nos queima Terra que exalta a meritocracia Finge que não sabe o passado que tem Diz que é só trabalhar pra ser alguém na vida Mas nós só começa do modo ninguém Olhe bem nos olhos de uma mãe solteira Que foge da fome e das bala perdida Cadê [?] pra ser milionário E discurso de coach pra vencer na vida? Sem equidade não é justiça Vitimismo é o que vão dizer Pimenta no olho do pobre não arde A menos que um dia ela pingue você Essa polaridade funciona de quê? Ninguém tá disposto a largar o osso Enquanto se discute o lado menos podre O pobre continua no fundo do poço É a maquiavélica lírica bélica Liso no campo no pique Mbappé Tô pra mudar o placar desse jogo E pra me alcançar, cês vão ter que correr Não é sobre ganhar, é sobre vencer As peças avançam sem conteúdo E eu me sinto criança nesse tabuleiro Onde minha diversão é derrubar tudo Falsos profetas que citam a Bíblia Destilando ódio e motivando guerra O próprio Diabo também citava E adivinha, fazia merda Ainda busco ser sal e luz Sei exatamente minha missão na Terra A bancada evangélica não é Jesus Então dai a Cesar o que é de Cesar
Compositores: Felipe Artioli Pinto (Felipe Artioli), Pedro Paulo Filla Tibery (Tibery), Cesar Resende Lemos (Cesar Mc) ECAD: Obra #34830176 Fonograma #44324713