Eu vejo alguns passos por cima das águas E a voz me dizendo: Navega Um mar furioso me diz o oposto Mas sei que essa voz nunca erra Peguei minhas coisas pra sumir do mundo Mas vi que aqui nada se leva A morte tá sempre me olhando nos olhos E, às vezes, parece que flerta O caos desse mundo me afeta O caos desse mundo me afeta O caos desse mundo é frio, profundo Me afaga, me afoga e me afeta Quem é que se atrеvê a falar de amor Nessе mundo travado de treva? As piores prisões são aquelas que fazem Pensar que a porta tá aberta
A voz tá dizendo: Navega A voz tá dizendo: Navega Navega, navega, navega Navega, navega, navega A voz tá dizendo: Navega A voz tá dizendo: Navega Navega, navega, navega Navega, navega, navega
Eu perguntei a Deus por que o mundo parou Ele me perguntou por que o mundo corria Essa pergunta me paralisou Pois, de alguma forma, ela me respondia Como de costume a cura era a careta Nos apaixonamos por anestesia E por não se apelidar com nossa própria treta Julgamos que a cura já não existia Entre cédulas e pétalas, pérolas e pílulas E fábulas tão frívolas, o ego aqui é só uma película E não dá pra sustentar, mesmo que minta A vida é dura e tanto bate até que trinca Exigimos uma prova que comprove Deus Até ver a nossa vida por um fio Nenhuma equação ainda respondeu Qual a conta que preenche esse vazio Preste atenção nas coisas invisíveis Perceba o quanto são palpáveis Preste atenção nos homens incessíveis Perceba o quanto eles são frágeis O pior ignorante é o que jura que sabe A mais suja das mentiras é meia verdade Mergulhe, nem sempre o fundo afoga Seja bem-vindo ao fim do mundo, essa aqui é a trilha sonora
(Seja bem-vindo ao fim do mundo, essa aqui é a trilha sonora) (Essa aqui é a trilha sonora) (Essa aqui é a trilha sonora)
Eu sinto saudade daquela idade Onde a vida era só o escorrega O nosso egoísmo é sujo, inútil Mesquinho, assassino e brega Minha mãe dizia: Cuidado, menino Não corre que o mal não espera Quem é que se atreve a brincar de pique No mundo onde a morte te pega?
A voz tá dizendo: Navega A voz tá dizendo: Navega Que vento no olho do pobre não arde Não queima, não dói e não cega Esquerda e direita é só um cruzamento Onde todos reclamam da seta Mas ninguém avança, somos só crianças Brincando de ver quem mais erra Ninguém tem razão nessa merda Me diz quem tem razão nessa merda A vida é um soco e a busca do topo Nos deixa tão perto da queda A estrada do ego é feita de vidro Cuidado que um dia ela quebra
Compositores: Felipe Artioli Pinto (Felipe Artioli), Pedro Paulo Filla Tibery (Tibery), Cesar Resende Lemos (Cesar Mc) ECAD: Obra #35114999 Fonograma #44324717