Numa lobuna, potrinha boba de freio Apertei bem os arreios, e larguei no rumo da aguada pra "tomá" um trago e "atirá" um osso ferrado No bolicho do "Pintado", metendo "suerte clavada"
Trote Monarca, cacho atado a cantagalo Pois se ando de a cavalo não é de medo das cobras Ganho minha vida pechando boi sobre as garras E ás vezes faço uma farra, sempre que a "plata" me sobra
Vinha cruzando, num rancho costa de cerro E nisso me atira um beijo, uma linda na janela "Nego" pachola já quis me luzir pra outra Levei o corpo na potra e esbarrei lá junto dela
Achei bonito e fiz uma graça com o pala E a lobuna se resvala e prende um coice nos "talher" Perdi os estribos, de pronto as rédeas me toma Fui botar fora essa doma só por causa de mulher
Peguei o grito e a lobuna não me ouviu Em duas se repartiu mandando lombo comigo Me agarrou mal, e eu tive que "cruza" a perna Só Deus é quem me governa...mas eu respeito o perigo!!!
Mas que serviço, mas que baita gauchada...! Na frente dessa morada perfumada de jasmim Fiquei de a pé, e ela rindo na cancela E essa linda da janela nem era tão linda assim.
Compositor: Anomar Danúbio Vieira / Carlos Madruga