Prepare o seu coração pras coisas que eu vou contar Eu venho lá do sertão, eu venho lá do sertão Eu venho lá do sertão e posso não lhe agradar
Aprendi a dizer não, ver a morte sem chorar E a morte, o destino, tudo, a morte e o destino, tudo Estava fora de lugar, eu vivo prá consertar
Na boiada já fui boi, mas um dia me montei Não por um motivo meu, ou de que comigo houvesse Que qualquer querer tivesse, porém por necessidade Do dono de uma boiada cujo vaqueiro morreu
Boiadeiro muito tempo, laço firme e braço forte Muito gado, muita gente, pela vida segurei E seguia como num sonho, e boiadeiro era um Rei Mas o mundo foi rodando nas patas do meu cavalo E nos sonhos que fui sonhando, as visões se clareando As visões se clareando, até que um dia acordei
Então não pude seguir, valente em lugar tenente E dono de gado e gente, porque gado a gente marca Tange, ferra, engorda e mata, mas com gente é diferente
Se você não concordar, não posso me desculpar Não canto prá enganar, vou pegar minha viola Vou deixar você de lado, vou cantar noutro lugar
Na boiada já fui boi, boiadeiro já fui Rei Não por mim nem por ninguém, que junto comigo houvesse Que quisesse ou que pudesse, por qualquer coisa de seu Por qualquer coisa de seu, querer ir mais longe que eu
Mas o mundo foi rodando nas patas do meu cavalo E já que um dia montei agora sou cavaleiro Laço firme e braço forte num reino que não tem rei
Na boiada já fui boi, mas um dia me notei Não por um motivo meu, que junto comigo houvesse Que qualquer querer tivesse, porém por necessidade O dono de uma boiada, cujo vaqueiro morreu
Compositores: Geraldo Pedrosa de Araujo Dias (Geraldo Vandre), Theophilo Augusto de Barros Neto (Theo) ECAD: Obra #922017 Fonograma #2122322