Um toque de viola me faz amarrio Me faz eu cantar muitas noites de frio Isto vem de raça meus pais e meus tios Minha irmandade já vem tudo a fio
Meu avô foi violeiro enquanto existiu No braço da viola e véio garantiu Mas só a riqueza ele não possuiu Morreu pobrezinho mas adevertiu
Não bebo e não jogo de nada aprecio Mexeu numa viola comigo buliu Eu falo a verdade porque sou de brio Eu puxei meus pais que nunca mentiu
Pra puxar uma parma o véio é macio Falou numa catira o véio aplaudiu Parece nhambu quando chama no piu Só pra trabaiá que ninguém não serviu
Como herança ficou o que sempre existiu O valor de violeiro que é bão produziu A raça de bambas sempre reluziu A fama do véio cada vez subiu
Em todo o sertão ele conseguiu Conquistá simpatia que é bão repetiu Em todos fandangos que o véio surgiu Violeiro invejoso de medo fugiu
Meu avô que dizia sempre pros meus tio Dá valor quem merece de um modo gentil Cantá bem de viola ou que tenha um bom brio Largá de bebê pra tê o peito sadio
Nas festas que for cantá bem macio Um dueto doido que até dá arrepio As morena rodeia fazendo elogio E a fama percorre por todo o Brasil