Chico Antonio
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Pinto Pelado

Chico Antonio

Coleção Funarte - No Balanço do Ganza


Pinto pelado
Chico antônio

Eu compei uma pintinha
Com preço de 2 cruzado
Eu deitei com 8 ovo
Deitei na sombra de um povo
Me tirou 8 pelado

Quando eu entro em caristia
Essa galinha comia
Por detrás de um alagado
Veio uma porca furona
Essa peste era ladrona
Levou 7 de um bocado
Um pinto da sorte pouca
Passou no canto da boca
Encontrei todo babado

Sula não me deu ? sulan dê
Sula não me dá ? sulan dá

Expliquei pra minha tia
Rolo o pinto num ajudia
Me trate desse pelado
E quando for com 4 dia
Eu perguntei a titia
Ele já tá encanholado?
A velhinha disse chico
Melhor que acaba com isso
Que isso é um pinto malvado

O pinto já foi crescendo
E o povo todo dizendo
Isso é um touro raciado
O pinto já foi crescendo
E o povo diz todo vendo
Ô que bicho alienado

Sula não me deu ? sulan dê
Sula não me dá ? sulan dá

Por detrás de mim morava
Uma velhinha que criava
Muita planta agigantada
Quando é de manhã bem cedo
Foi passando uma franguinha
O pinto fez um judiado
Eu disse: oi minha tia
Pego o pinto e ajudia
Me cape esse mulestado

E chegou uma nega veia
Com um facão muito amolado
Com o diabo de um caquiado
Fala a verdade não minto
Foi com ovelho do pinto
Com diabo de um caquiado

Sula não me deu ? sulan dê
Sula não me dá ? sulan dá

E a velha riscou o pinto
Falo a verdade não minto
Tirou as pena do malvado
Foi ali pra todo pinto
Falo a verdade não minto
Na balança a todo lado
Só me deu 50 arroba
A depois da carne toda
Está limpa e enxugada

Eu ainda imaginei
Ai meu Deus o que serei
Aonde eu vendo esse malvado
Mandei fretar um caminhão
Veio de cima do sertão
Só com a carne do pelado
Foi carne pra são josé
Bata palma quem quiser
Lá eu deixei no mercado
Em santa crus do até
Eu trabalho, sento o pé
4 quilo foi pesado

Sula não me deu ? sulan dê
Sula não me dá ? sulan dá

E é subindo pra cima
Vou vendo que minha rima
Inda dá pra todo lado
O senho mane padrinho
Dos olhos de passarinho
Naquele lado marcado
Ô que passo tão bonito
Que as palavras tão escrita
Meu padrinho de outro lado

Pode butar a mão no bolso
Que o chico pra cantar coco
Me dê logo um bom mercado
No rio grande do norte
Eu compro ao menos uma garrota
Pra butá no seu cercado
Assim é o que homem faz
Satisfaz gente pra trás
Diga: ô que véi danado
Pode dizer ao meu avô
Bata a tena cantador
Puxa rima a todo lado

É no martelo e no duelo
É em que eu desmantelo
É em que canto marcado
Eu só nasci pra cantoria
Ando mais é que 3 dia
No martelo improvisado
Meu filho vou te avisar
No dia que eu nasci
A parteira tava de lado
Ela pegou, torou o imbigo
Deu um grito, disse: digo
Esse homem é um danado

Se eu perder a minha bola
Se eu perder minha caxola
Largo de coco embolada
Mas enquanto eu num morrer
Bata a cunha que ainda sô
O cantor desse largado
Pode dizer a todo mundo
Para cabra vagabundo
Eu tenho licença e fiado
Quem cair nas minhas mãos
Prova do meu cinturão
Apanha pra condenado
Se cantar a até meia noite
Num baião de cantar coco
E o dia tá amanhecendo, né!

Compositor: Chico Antônio

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