Uma mestiça no requebrado Fazia o homem desassisar Lá na baiuca, no seu bailado Fazia o homem se embriagar E cativava os forasteiros Deixavam os negros na escravidão, No desamparo, do desarrimo, Deixavam-os sempre sem um tostão Que mistério é esse negra Que faz se embriagar, os nobres E os pobres peões lá da redondeza Depois torturá-los, matando de tesão e desejo E abandoná-los sem revelar seu segredo
Lá vem negra cheia de ouro Seu caminhado faz provocar E as comadres prendem os maridos Temem a mestiça que vai passar Na meia noite cadê os homens Suas mulheres a perguntar Estão na bodega tomando vinho Vendo a mestiça se requebrar Que mistério é essa negra Que tira os homens das damas Que a desejam bela na lama, que a sua cama E a cidade apavorada, suas mulheres a condenar A tal mulata, numa passeada, pedindo a força sua prisão Mas o emissário foi seduzido deixou a negra em libertação E as esposas tão ardejantes já não sabiam porque razão
Que mistério é essa negra Que tem a guada dos homens, que doma os soldados Que tornam-se seus gradiães.. A namorada dos homens da cidade Alimentava ódio na região E as madames aborrecidas Resolveram dar fim a situaçao Tocaram fogo no seu barraco Amanheceu só as cinzas sobre o chão Diante das cinzas choravam os homens Por terem perdido a sua paixão
Que mistério é essa negra Que fez o homem chorar Pois homem não chora Pois ela me fez lagrimar Lá na cidade ainda choravam Sobre as ruínas do barracão O homem nobre, o homem pobre Todos unidos numa oração Mas de repente lá surge a negra Sobre a garupa de outro vilão Passou um sorriso tão devassado E acenou pros débeis machões
Que mistério é esse negra Que faz se embriagar, os nobres E os pobres peões lá da redondeza Depois torturá-los, matando de tesão e desejo E abandoná-los sem revelar seu segredo