China
Página inicial > C > China > Moinhos de Tempo (Part. Bell Puã)

Moinhos de Tempo (part. Bell Puã)

China

Manual de Sobrevivência para Dias Mortos


Subúrbios invisíveis
Tudo o que se perde pra nada ganhar
Remédio que não cura gente
Mercado de imaginação
Somos cabeças cheias de promessa, esperança e algodão
Que todo dia recomeça como se já fosse amanhã
Mas se depender dos olhos da antena para raciocinar
Logo não saberemos mais para que serve pensar

De onde vem o tempo
E as horas desse lugar?
Somos moinho de vento
Esperando o tempo cicatrizar

Distúrbios tão sensíveis
Que da classe média nem da pra notar
Cegueira que embaça a mente
Modelo de educação
Somos cabeças cheias de esperança, fé em Deus, ilusão
Que todo dia recomeça como se já fosse amanhã
Mas se depender da força do sistema para nos salvar
Logo não saberemos mais para que serve lutar

Tá tudo meio embaçado, irmão
tamo caindo no abismo
achando pisar no chão
fica difícil sacar a real disputa
quando tudo que passa no jornal
me chega como verdade absoluta
A propaganda é só ilusão
vos apresento o espetáculo-corrupção
pro povo achar
que só o voto é participação
essa grande mídia
tem que dar informação
a opinião sou eu que dou, vê se pode?
só branco apresenta os programa
e até o horário é nobre
Sem alarde
vivência nem se compara a lattes
tamo sim fazendo complô
em meio a raiva que cresce do golpe
meu amor falou
“minha preta, tem que ter estratégia
vencer os comédia
esses tal de comídia”
Pernambuco dos brabo
não tem rabo preso
ninguém sai ileso dos verso
que não tem cabresto
eu não tenho sinhá nem sinhô
de onde vem o tempo e as hora do lugar
que preto nenhum ocupou?

Sangue nosso no caminho
capitão do mato, zé povinho
é tirar o seu da reta
sangue negro no caminho porque
além do genocídio as ferida tão aberta
o povo mais brabo e vaidoso em linha reta
Nordeste em fúria
é muita injúria
execução de Marielle Franco
os sonho roubado nois toma de assalto
pra que a dor dos preto não mais passe em branco
Vamo tirar uma panca
ao invés de lembrar
a tal vitória capitalista
tem que ter na memória
e no livro de história
que a nossa elite era eugenista
Vaticano doado por um fascista
Oh meu pai do céu, me ajude a enxergar
até dói ser tão realista
saber que tanto cristão diz “amai a todos irmão”
mas calam se o preto é executado
só abrem a boca se o preto é cotista
de escravo a pobre trabalhador
de raça inferior a vitimistas
Século XXI e branco insistindo em ser neonazista
fazem rebuliço só de pensar que Jesus podia ser negro
que dirá uma preta contrariando estatística?
falando poesia marginal, afrontando a literatura elitista?
Quero preta no padrão de beleza
mas goela abaixo nos enfiam certezas
mercado de imaginação
se for empresário tudo pode
até vender carne podre pra população
se pá fraudar patrimônio histórico em leilão
Bell Puã vai mandando a rima
deixo um salve para mano China
que os fatos eu possa entender
mesmo quando a tv
me fizer companhia
que o sonho americano não seja
o pior pesadelo da américa latina
Respeita as mina

Compositores: Flavio Augusto Dornelas Camara (China), Yuri Hanoi Queiroga da Silva (Yuri Queiroga), Isabella Puente de Andrade (Bell Pua)
ECAD: Obra #21843400 Fonograma #17988040

Encontrou algum erro na letra? Por favor, envie uma correção >

Compartilhe
esta música

Ouça estações relacionadas a China no Vagalume.FM
ESTAÇÕES
ARTISTAS RELACIONADOS