Chullage
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Igualdade é Uma Ilusão

Chullage


Igualdade é 1 ilusão, liberdade é só uma vaga sensação,
yo yo
Se a tuga incendiar não é acidente é fogo posto
A levar e a não dar é algo que eu não tou disposto
Escapei a muitos mas a muitos mais ataques eu tou
exposto
Sou filho de emigração e sem pagar nem estudar
imposto
Viver a ter que enfrentar as investidas do exército
oposto,
Mas brother eu não me rendo como eles tinhas suposto
E niggas ficam com medo, vergonha ou desgosto
Ou pensam que se se virarem pró outro lado sobem um
posto
Olham-me de cima para baixo mas eu derrubo estes
gigantes com um encosto
E passam a ter de olhar de baixo pra cima
Para o ódio, o orgulho em ser como eu sou expressos no
meu rosto
No meu cabelo e nos meus lábios, na minha pele e na
cultura enraizada dentro de mim
Eu tenho muito gosto, e isso ninguém me tira.
Pa todo f.d.p que me tem na mira,
Por achar que eu estou neste país a ocupar o seu
lugar, f.d.p atira
Vou continuar preto e aqui por mais que o racismo me
fira
Guerra é guerra, mas enquanto eu disparo rimas
Eles disparam drogas, armas, doenças, crimes seguidos
de sentenças
Trabalho duro sem recompensa. quando país e filhos
levam todo o tipo de ofensas
Extermínio da cultura e das crenças. atrocidades
imensas que apanham brothers em cheio
Levam a perdas sensas. só merdas intensas
Que mantêm a minha relação com este povo muito tensas,
mesmo muito tensas, mesmo muito tensas.

Igualdade é uma ilusão, liberdade é só uma vaga
sensação
Esquadrões inteiros marcham como a nossa posição
Retaliação não é a melhor solução
Mas é melhor que esta situação

È como se eu combatesse no território do inimigo,
sempre em desvantagem
Sem um dia, sem abrigo
Um cainado armadilhado criado para acabar comigo
Ás vezes olho para as vitimas e vejo a cara de um
amigo
Mais um que se perdeu neste conflito já antigo
Mais um que não reconheceu um 2001 de falsos, que o
severo usou para levar até ele o perigo
São muitas às vezes que penso que já não consigo
Que sinto a falta de alguém que me diga: "preto eu tou
contigo" "yoo brother mi stá ku bô"
Mas independentemente do sangue, das lágrimas do suor
ninguém eu sigo
Em frente neste trilho
Se sobrevivi á pobreza e ao racismo então eu sobrevivo
a qualquer outro stress, ou estrilho
Não sei se vou morrer sem nada mas vou deixar a
cultura, a tradição
A força e o espirito de revolta ao meu filho
Para que continue a luta pelo respeito, até te digo e
uma panela de milho
Se não tiver como pagar, se for preciso ninguém eu
roubo.
Eu tiro ao pilho de uma forma feroz
Aquilo que eles hoje têm à pala do suor dos meus avós
Longe vão os tempos em que eu não erguia a voz
Tempos em que a minha garganta criou muitos nós
Hoje nesta guerra santa eu sou daqueles que não foge

Igualdade é uma ilusão, liberdade é só uma vaga
sensação
Esquadrões inteiros marcham como a nossa posição
Retaliação não é a melhor solução
Mas é melhor que esta situação

Procuro um presente, não me dará nenhum futuro
E sempre foi assim desde que este mano mais escuro viu
a luz
Neste mundo obscuro
Problemas encontram-me, não sou eu quem os procuro
Só mesmo o meu pénis consegue ser mais duro que este
país onde a minha mãe me pôs
No seu 1º parto, quando ela limpava casas e o meu pai
construía casas
E tudo o que eles tinham era a merda de um quarto, de
quarto pa barraca
De barraca para prédio.
Tudo o que eles têm é a mesma vida que eu estou farto
Que se foda o diálogo, é para a guerra que eu parto
Cotas vivem iludidos mas o pouco que eles têm não
chega pa tostar nenhuma
Barraca para prédio ela não muda
Por isso eu não deserto e só espero que deus me acuda
Porque nesta tuga life mais nenhum f.d.p me ajuda
Mas eu estudo o adversário, não é só ele que me
estuda
Não deixo que pequenas vitórias deixem soldados
enganados
Muitos hoje em dia já se acham respeitados
Mas não passa da rua, continuamos derrotados,
rejeitados, isolados,
Por majestrados, cotas fardados e deputados
Por isso ainda passo noites inteiras liando nas
trincheiras
Com grupos inimigos a vitimarem fileiras de soldados
sem união e outros sem pão.
Ou daqueles que apontam para o lado quando disparam o
seu canhão
Sofrendo baixas e emboscadas de balas e toxicoses,
armadilhas, civis, bongós,
E bros que juntam-se ao outro lado e de repente ficam
sós
Porque não percebem que a vitória começa em nós sermos
nós
Nós sermos nós, nós sermos nós
Começa em nós sermos nós

Igualdade é uma ilusão, liberdade é só uma vaga
sensação
Esquadrões inteiros marcham como a nossa posição
Retaliação não é a melhor solução
Mas é melhor que esta situação

Yo, liberdade é só uma vaga sensação!

Compositores: Samuel Martins Torres Santiago Mira (Sam The Kid), Manuel Rocha dos Santos Nuno (Chullage)
ECAD: Obra #16257549

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